A D. Silvina Nascimento tem 73 anos e está connosco no Serviço de Apoio Domiciliário.
Quando trabalhava no campo os versos e as anedotas eram uma constante!
Da sua memória sairam hoje todos estes poemas:
Já choveu,
Já correm os barquinhos
Já chegou o meu bem à terra
Já cantam os passarinhos.
Eu escrevi o teu nome
Num cepo meio seco ao pé do teu
O nome era tão doce
Que o cepo enverdeceu.
Eu trago o teu retrato
Na minha imaginação
Passo noites sem dormir
Sofrendo grande paixão.
Debaixo de água está lodo
Debaixo do lodo o chão
Debaixo de uma amizade
Se descobre uma paixão.
Tenho do meu peito
1 canivete dourado
Para cortar o pão-de-ló
No dia do teu noivado.
Oh menina ouvi dizer
Diz que sabe tão bem ler
Onde estava você metida
Antes do seu pai nascer?
Antes do meu pai nascer?
Eu vou-lhe dizer…
Era filha da mãe Eva
E neta do pai Adão!
Sete estrelas, sol e lua
Águas marinas do mar
Choram as pedras da rua
Se o meu amor me deixar.
Tenho sono, mas não durmo
Amor me quita o sono
Ando perdida no mundo
Como a fazenda sem dono.
Oh menina ouvi dizer
Diz que sabe tão bem ler
Há-de saber dizer
Quantos peixes há no mar.
Quantos peixes há no mar?
Eu vou-lhe explicar
Há metade e outros tantos
Fora os que estão para nascer!
Meu amor faz uma jura
Faz uma jura bem feita
Jura que me hás-de dar
Na igreja a mão direita.
Que lindos olhos tem a cobra
Quando olha de repente
Mais vale a pobreza alegre
Que a riqueza descontente.
Tu dizes que não me queres
Por eu não ter fazenda
Nem tão rico o teu pai é
Nem tu tão boa prenda!
Oh moça casa comigo
Que eu sou rico e afazendado
Tenho uma pereira à porta
E uma casa sem telhado!
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